Mergulhos inesquecíveis: Egito e Maldivas
Ir para o Egito mergulhar e conhecer sua história, por si só já fazia os olhos brilharem e o coração bater de ansiedade.
Mas, na rota, também estava Dubai, onde se encontra a mais profunda piscina do mundo, a Deep Dive Dubai.
E, claro, Dubai faz parte dos Emirados Árabes Unidos, cuja capital é Abu Dhabi, igualmente em nossa rota, onde está a 3a maior e mais bela Mesquita do mundo e o Parque da Ferrari.
Por outro lado, estávamos a meio caminho para um dos destinos mais cobiçados: as Maldivas. Se as savanas africanas tem os “Big Five” (leão, leopardo, búfalo africano, rinoceronte negro e elefante africano), o mar das Maldivas tem o tubarão branco, a raia manta, a orca, o tubarão baleia, a baleia azul, etc. Mergulhar com esses animais é desejo de todo mergulhador.
Assim, a Espaço Mergulho aceitou o desafio de fazer a vontade dos membros do grupo e montou o roteiro dessa viagem: mergulhar no Mar Vermelho, visitar a história do Egito Antigo, conhecer Dubai e Abu Dhabi e mergulhar com dois dos “big” do mar, as raias-mantas e o tubarão baleia.
Primeira Etapa: DUBAI
A Las Vegas oriental encanta pela riqueza e agitação. A cidade do “most” atrai por ter o maior shopping center, o maior aquário, o mais alto prédio, e mais lindo museu, a mais funda piscina, e também de onde se salta alto, de pára-quedas.
Particularmente, a maior piscina foi uma das experiências mais inusitada que pudemos fazer: percorrer a “casa dentro d’água” do Deep Dive foi divertido e excitante. Pensar em como é , quem idealizou, projetou e construiu aquele empreendimento causa inveja, tamanha a criatividade, ideologia e arrojo. Não apenas a piscina é digna de admiração; também a arquitetura, a administração e a eficiência e competência do Staff. Todos os equipamentos e instalações são de primeira categoria e qualidade.
Outro grande destaque de Dubai, o Museu do Futuro. Infelizmente, por ter sido inaugurado muito recentemente, pudemos apenas vê-lo de fora. É realmente impressionante a arquitetura do museu: a fachada toda de aço inox, em linhas arredondadas e inscrições em árabe do poema do Emir Mohammed Bin Rashid Al Maktoum.
Segunda Etapa : Saindo de Hurghada
embarcamos para 6 dias de Live Aboard, rumo ao Estreito de Tiran, no extremo norte do Mar Vermelho, divisa do Egito com a Arábia Saudita e o sudeste da Península de Sinai.
Foram 19 mergulhos no Parque Nacional Ras Mohammed, onde a riqueza dos recifes formam belíssimos jardins, além de muitos naufrágios e muita vida marinha. O ponto mais aguardado foi o naufrágio Thistlegorm, navio de 1940, com mais de 120 metros e 5 toneladas, bombardeado pelos alemães na 2a Guerra Mundial. Lá vimos muitos caminhões, motocicletas, locomotiva, peças para veículos e muitas outras. Nosso roteiro incluiu 4 visitas ao Thistlegorm, tamanho o interesse que esse naufrágio causa a qualquer mergulhador.
Terceira Etapa : LUXOR
Do fundo do mar fomos para o alto, pertinho do céu: um passeio de balão. Para quem já voou de balão por alguns países, principalmente no mais cobiçado deles, na Capadócia, não espera que o de Luxor pudesse ser tão encantador. Se vê, do alto, a paisagem e grande extensão do Rio Nilo, o contraste da água, plantações verdes e o deserto, realmente valeu imensamente.
E assim, já com os pés no chão, durante 2 dias mergulhamos na história do antigo Egito, com visitas aos templos e tumbas.
Quarta Etapa : CAIRO
Como em Luxor, e talvez em todo o Egito, o que chama a atenção em Cairo é o descuido com o lixo na cidade e com a higiene pessoal. Embora caótica é também interessante, a poluição visual, o comportamento dos habitantes e os serviços prestados. O contraste entre a riqueza (em todos os sentidos) do passado, a beleza que vimos no Museu Nacional da Civilização Egípcia, e a degradação paisagística da cidade, o caos do trânsito e a falta de sinalização por toda a cidade, mostra a falta de planejamento urbano ali existente. Talvez, quando houver a mudança das áreas governamentais para a nova cidade que está sendo construída, Cairo possa começar a renovação urbana.
Naturalmente que a visita ao sítio arqueológico de Gizé foi a estrela dessa etapa. Ver os 3 complexos das Grandes Pirâmides e a Grande Esfinge nos fez arrepiar. Encerramos com um maravilhoso almoço, quase jantar, com vista para as pirâmides, que deixou saudades daqueles momentos mágicos.
Quinta Etapa : ABU DABHI
A capital dos Emirados Árabes Unidos é encantadora. Tem a beleza de Dubai, sem o rebuliço da Las Vegas do oriente. Tudo lá funciona perfeitamente: do visual urbano ao estilo de vida de seus habitantes. Momentos deliciosos fazendo o Safari no Deserto, colocando a adrenalina para funcionar no Parque da Ferrari e se extasiando na Sheikh Zayed Gran Mosque. Aliás, falar dessa Mesquita é difícil pois não há como descrever o sentimento que resulta da mistura dos diversos aspectos de um só sentido, a visão. Ali, a predominância da cor branca nos leva à admiração silenciosa, pois tudo é de uma beleza sublime: toda a construção e seus elementos é uma grande obra de arte, os materiais usados, a combinação das cores, do design, dos estilos, da luz, da claridade e da arquitetura. Ao mesmo tempo que é sublime, também é impactante, pois tudo é no superlativo: um único tapete persa, feito à mão, com 5.700 m2, um lustre de cristal alemão com 15 metros de altura e pesando 12 toneladas (e há outras menores também muito ricas), 82 cúpulas, mais de 1.000 colunas, 4 minaretes com 106 metros de altura. Para chegar ao grande salão de orações, se percorre um grande corredor, onde se se anuncia os detalhes dessa obra e um deles diz: “do sonho para realidade”.
Sexta e última etapa: Dhangethi , nas Ilhas Maldivas.
Apesar das Maldivas ser mais conhecida pelos luxuosos resorts e ilhas privadas, existem as ilhas públicas e Dhangethi é uma delas. Nelas, as restrições impostas pela cultura muçulmana são mais rigorosos, onde não é permitido ingerir bebidas alcóolicas e o modo de se vestir é mais restritivo.
Porque Dhangethi? Uma ilha pacata, pequena, onde só se vê motos e se percorre toda ela em alguns minutos? Porque, como todo mergulhador, fomos em busca das grandes Raias Manta e dos Tubarões Baleia. E lá estavam elas, o que fez com que tivéssemos os melhores mergulhos de nossas vidas e encerrássemos essa grande aventura de modo brilhante, nos trazendo experiências mais ricas e mais preciosas do que todo o ouro e riqueza que vimos nos Emirados Árabes e no Egito Antigo.
Foi isso: mergulhos inesquecíveis, concretização de sonhos, enriquecimento de conhecimento e cultura, novos amigos.
E para finalizar – “Viajar serve para ajustar a imaginação à realidade e ver as coisas como elas são, em vez de pensar em como serão”.
-Samuel Jonhson-
Texto: Janete K. Amioka
Revisão: Mariana Bernades de Sousa